Pelo fato de que o meu celular não recarrega mais (porque voltei com um carregador diferente do meu de Pirassununga) e porque ele já estava velhinho e despedaçado (inclusive por ter tomado um banho de NaOH a 80ºC no Laboratório de estruturas) eu resolvi comprar outro. Vou pensar se eu desisto de tirar as coisas que estavam nele, já que em um ano não fui capaz, mesmo com o auxílio de amigos nerds, de instalar o cabo pra retirar dados.
igor: Eu pago o preço de pré ou de pós que tá aqui na vitrine?
vendedora: Nem um nem outro. Depende da sua conta, se é pré ou pós, do tempo que está na operadora, do valor do seu plano e de quando foi a última ves que comprou um celular com desconto conosco.
(Nesse momento eu imaginei a vendedora pegando uma tabela enorme com vários ábacos onde ela entrava com coeficientes representados por letras gregas e asteriscos retirados de outras tabelas enormes, que certamente Terzaghi teria elaborado se fosse vendedor de telefones. Teria também o μ, coeficiente de Poisson do cliente, que representa a disponibilidade do cliente gastar mais quando pressionado.)
vendedora: Você quer um celular com blue-tooth, câmera, mp3, o quê?
igor: Não, quero um celular sem nada.
vendedora: Temos esses modelos aqui.
igor: Quero esse mais barato, da Motorola. (Hum, mas é Motorola... só que o outro é o dobro do preço, então vai ele mesmo)
vendedora: Ok. (Ela não insistiu porque eu sou um cliente incompressível, de coeficiente de Poisson μ=0,5)
igor: Eu tô vendo que ele tem câmera, vou precisar de um cabo pra tirar as fotos dele?
vendedora: Vai.
igor: (Merda, não vou conseguir instalar.) Tá. E você tem o cabo?
vendedora: Não.
igor: Pô! Como você não tem o cabo?
vendedora: Ué, você num disse que queria um celular sem nada?
Eu tinha me divorciado da Motorola. O último celular dela que eu tive teve o desprazer de ser arremessado num canteiro de areia da faculdade depois de não me deixar falar com a Carol.
Aqui vou exemplificar por quê:
O Motorola é muito burocrático. Os contactos da agenda têm uma lista imensa de dados cadastrais e não fazem as coisas mais simples!
ex1) O Rafael tem dois celulares. Quero colocá-los ambos na mesma entrada de contacto.
Que tal entrar em "Rafael." e "adicionar novo número"?
Tá. Aí ele criou uma nova entrada e agora tem dois Rafaéis na minha agenda.
Então vamos tentar "acrescentar número" e retirar o novo das chamadas executadas. Sabe o que ele fez?? Adicionou o novo número depois do outro formando um telefone só de 16 dígitos.
Ô Motorola, por que diabos você achou que alguém no mundo ia querer isso??
ex2) Ah, ele tem discagens rápidas. Que bom.
Vou colocar a Dani como discagem rápida "1" (se a Dani não for o 1 ela vai achar que não é importante, que ninguém gosta dela e vai se mudar pra Portugal).
Aí o Motorola pergunta: substituir Tati? Sim. Porque não? (Tati, você não é a pessoa mais importante na minha vida)
Só pra conferir fui procurar a Tati depois na agenda. Adivinhem? Ela sumiu.
Raciocínio da Motorola: "O igor quer colocar a Dani na discagem rápida 1, então ele quer tirar a Tati do lugar e sumir com ela, ele quer que a Tati desapareça da vida dele. Vou excluir o nome dela da agenda pra que não haja resquícios da sua existência em consultas posteriores."
Eu não culpo tanto a Motorola porque eu realmente sou um imbecil tecnológico. Não sou capaz de instalar um cabozinho de dados e estou há duas semanas procurando onde no site do msn.com está o link pra baixar o msn (e continuo achando que a culpa é deles).
Sigo a minha vida contente e feliz porque a Motorola pelo menos não faz impressoras.