segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Definições que nada definem

"Já muitas definições de espaço foram dadas, sendo a principal esta: o espaço é a extensão que separa dois corpos, na qual certos sofistas deduziram que onde não haja corpos, não haverá espaço. Nisto foi que se basearam alguns doutores em teologia para estabelecer que o espaço é necessariamente finito, alegando que certo número de corpos finitos não poderiam formar uma série infinita e que, onde acabassem os corpos, igualmente o espaço acabaria.

(...) deixemos essas definições, que nada definem, nos tratados onde repousam.

Espaço é uma dessas palavras, que exprimem uma idéia primitiva e axiomática, de si mesma evidente, e a cujo respeito as diversas definições que se possam dar nada mais fazem do que obscurecê-la. Todos sabemos o que é espaço, eu apenas quero afirmar que ele é infinito. (...)

Ora, digo que o espaço é infinito pela razão de ser impossível imaginar-se-lhe um limite qualquer, e porque apesar da dificuldade com que topamos para conceber o infinito, mais fácil nos é avançar enternamente do que parar num ponto qualquer, depois do qual não mais encontrássemos extensão a percorrer."






***



"O tempo é apenas uma medida relativa da sucessão das coisas transitórias; a eternidade não é suscetível de medida alguma, do ponto de vista da duração; para ela, não há começo nem fim: tudo lhe é presente.

Se séculos de séculos são menos que um segundo, relativamente à eternidade, que vem a ser a duração da vida humana?!"





Allan Kardec
(A Gênese, capítulo VI, "Uranografia geral")

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